09 Oiá Casa Lençois Maranhenses: seja bem-vindo ao “dressed down luxury”

Oiá Casa Lençois Maranhenses: seja bem-vindo ao “dressed down luxury”

Lifestyle

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Miragens são reais, que ninguém se engane. Ao contrário do que diz a ficção – que frequentemente atribui a palavra a uma alucinação provocada pelo sol forte sobre a cabeça de um andarilho em destino remoto –, trata-se de um fenômeno de ilusão óptica que ocorre a partir da distorção dos raios de luz, indecifráveis de imediato pelo cérebro humano. Um trompe l’oeil natural, se preferir. Talvez seja essa a razão pela qual somente em 2024 a UNESCO tenha declarado o Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses como Patrimônio Natural da Humanidade. Ao olhar para a paisagem improvável, quase inacreditável, que conjuga dunas de areia a lagoas de água azul esverdeada, é realmente difícil conciliar o que os olhos enxergam com aquilo que é real. A beleza do destino toca em algo que vai além da compreensão (e, convenhamos: diante desse impacto, o buzz criado em torno do local por ter sido escolhido como destino de férias da top model Gisele Bündchen fica reduzido a um grão de areia). 

 

O termo “miragem” tem origem no francês mirage, com raízes no verbo latim mirare; para nós, “mirar”. Parece muito apropriado, portanto, que a mais nova e especial hospedaria da região se chame Oiá, palavra cujo som traduz a ideia de observar, sentir e cuidar do que está ao redor.


No ano passado, quando imaginaram a Oiá Casa Lençois, o CEO do TP Group, Tomas Perez, e a designer e diretora criativa da marca, Marina Linhares, tinham uma visão de luxo mais contemporânea, na contramão do da grandiosidade hoteleira tradicional – aquela que tem preço, mas nem tanto valor no que diz respeito à originalidade. Fincada em uma área de 52 mil metros quadrados, na propriedade da antiga fazenda Boca da Ilha, a Oiá Casa Lençóis está em Santo Amaro, município localizado a 250 quilômetros da capital maranhense. Para quem sai de São Paulo, o trajeto de porta a porta pode alcançar a duração de um voo para Nova York – mas porque mesmo você iria aos Estados Unidos, se está no Brasil um dos lugares mais inacreditáveis do globo?

  • Quando imaginaram a Oiá, Tomas Perez e Marina Linhares sabiam o que queriam: uma ideia de luxo mais contemporânea, na contramão da ruidosa grandiosidade hoteleira.

    Quando imaginaram a Oiá, Tomas Perez e Marina Linhares sabiam o que queriam: uma ideia de luxo mais contemporânea, na contramão da ruidosa grandiosidade hoteleira. Quando imaginaram a Oiá, Tomas Perez e Marina Linhares sabiam o que queriam: uma ideia de luxo mais contemporânea, na contramão da ruidosa grandiosidade hoteleira.

Crédito: Alexandre Suplicy

De todos os pousos turísticos que rodeiam o parque, Santo Amaro é o mais próximo, de modo que é possível ver as dunas pela janela. A atmosfera é tão acolhedora que chamar a casa principal de “sede” parece uma imprecisão que peca pelo rigor vigente em outros formatos de hospedagem. Sempre – e também simbolicamente – de portas abertas, a casa abriga uma suíte na parte superior, enquanto o térreo é rodeado por uma varanda ampla, por onde se espalham objetos e mobiliário que celebram a excelência do design nacional. Eles podem ser assinados (como no caso das poltronas franjadas de palha de Neca Abrantes que habitam o interior e do sofá de couro de Jean Gillon que dá o tom para uma sala na área externa) ou parte da tradição regional. Ambas as propostas, igualmente chiques. O projeto é criação do escritório de Marina, que fez uma escolha acertada ao preservar as características da construção local, privilegiando elementos que mantém conexão com o Norte-Nordeste brasileiro. O mesmo fio condutor, elegantemente despretensioso, se estica até o décor das quatro suítes abrigadas em dois balgalôs, a poucos passos da casa. 

 

A hospedaria faz poucas concessões ao conceito tradicional de luxo, o que é ótimo: para o viajante moderno, até mesmo a mais fantástica das experiências exige uma base real, com elementos identificáveis, humanos. Assim como acontece em qualquer casa (e, aqui, a escolha da palavra no nome da Oiá não parece ser à toa), a relação que se estabelece dentro é próxima, o que reflete até mesmo no estilo de serviço dos colaboradores. 

  • Assim como os animais que habitam a região, desafiando a singularidade das condições geográficas e climáticas, é possível dizer que o formato adotado pela Oiá também desafia o establishment do mercado de turismo brasileiro

    Assim como os animais que habitam a região, desafiando a singularidade das condições geográficas e climáticas, é possível dizer que o formato adotado pela Oiá também desafia o establishment do mercado de turismo brasileiro Assim como os animais que habitam a região, desafiando a singularidade das condições geográficas e climáticas, é possível dizer que o formato adotado pela Oiá também desafia o establishment do mercado de turismo brasileiro

Crédito: Alexandre Suplicy

Ainda sim, privacidade, silêncio e contemplação – três pilares defendidos pelo novo turismo deluxe – são o que vigora por ali. Mas adicione também a palavra “liberdade” à lista: no lugar de ser guiado, o hóspede é quem define os termos da sua estadia, do tipo de passeio ao parque (que pode incluir uma tenda privativa em meio às dunas com snacks homemade e refrescos) ao horário das refeições (preparadas pelo chef Luiz Felipe Streppez com ingredientes locais, respeitando a sazonalidade). Tudo incluso na hospedagem.

 

Assim como os animais que habitam a região, desafiando a singularidade das condições geográficas e climáticas (é possível avistar cavalos, bodes, cabritos e pássaros nas áreas de vegetação entre os 90 mil hectares de dunas de areia do parque), é possível dizer que o formato adotado pela Oiá também desafia o establishment do mercado de turismo brasileiro. O que eles têm em comum? Fazem parte de algo absolutamente improvável – mas não impossível. Aquela rara combinação de circunstâncias  que faz com que o real seja também o mais especial.  

  • A hospedaria faz poucas concessões ao conceito tradicional de luxo. Vigoram a privacidade, o silêncio e a contemplação – três pilares defendidos pelo novo turismo deluxe.

    A hospedaria faz poucas concessões ao conceito tradicional de luxo. Vigoram a privacidade, o silêncio e a contemplação – três pilares defendidos pelo novo turismo deluxe. A hospedaria faz poucas concessões ao conceito tradicional de luxo. Vigoram a privacidade, o silêncio e a contemplação – três pilares defendidos pelo novo turismo deluxe.

Crédito: Ruy Teixeira

PRÓXIMA PARADA: ATINS

 

No ano em que chega à sua terceira temporada, a Oiá bate na porta de uma das duas outras entradas para o Parque Nacional dos Lençois Maranhenses: Atins. A vila fincada no município de Barreirinhas foi o local escolhido para uma hospedaria em formato pop-up, que estará aberta entre os meses de junho e setembro de 2025. A iniciativa surge a partir de uma parceria com a Casa Gota d’Aya, que terá seus ambientes (no total, seis quartos e seis bangalôs) revigorados pelo conceito de dressed down luxury que orienta a proposta do selo Oiá dentro do TP Group. Manhãs de ioga, almoços à beira do mar, cavalgadas de encontro ao pôr-do-sol e a prática de kitesurf (pela qual a região já é reconhecida) integram o menu de experiências que aguardam o hóspede por lá. 

 

OIÁ Casa Lençois Maranhenses
Aberta entre 15 de maio e 20 de novembro
Reservas: https://oia.com.br/lencois/

  • Entre junho e setembro, a Oiá abre as portas de uma hospedaria pop-up em Atins – outra entrada para o Parque Nacional dos Lençois Maranhenses. O pouso temporário é uma parceria com a Casa Gota d’Aya.

    Entre junho e setembro, a Oiá abre as portas de uma hospedaria pop-up em Atins – outra entrada para o Parque Nacional dos Lençois Maranhenses. O pouso temporário é uma parceria com a Casa Gota d’Aya. Entre junho e setembro, a Oiá abre as portas de uma hospedaria pop-up em Atins – outra entrada para o Parque Nacional dos Lençois Maranhenses. O pouso temporário é uma parceria com a Casa Gota d’Aya.

Crédito: Divulgação/Oiá